sexta-feira, dezembro 08, 2006

Texto sem cortes: Nuit de Noel: primeiro time e “rififi” no mesmo salão...

Tintura de picumã masculino foi o que mais imperou na festa Nuit de Noel, que aconteceu anteontem nos novos e magníficos salões do Copacabana Palace. O que tem de homem pintando o cabelo no “society”, eu nem te conto, e os tons são os mais variados. Do mostarda-rapadura ao esmaecido-cor-de-mate, do louro-esverdeado ao clássico negro-asa-de-graúna. Entre as mulheres, o que anda reinando são as tiaras. Bastou o convite dizer que o traje é black-tie para algumas das damas da “sociedade” carioca sapecarem logo um arranjo de cabeça.

O primeiro time social marcou presença com pouquíssimos representantes, afora, claro, as esforçadas aves de outros planetas e longos carnavais. De Brasília veio uma van apinhada, porque avião nesse nosso céu de anil, só a Luiza Brunet, ou a Maria Raquel de Carvalho, e olhe lá. Daí que as brasilienses puseram seus tafetás na sacola, lançaram mão de um tênis básico, e cruzaram as estradas em direção ao Rio, cidade maravilhosa, berço do samba e das lindas canções, peçam à doutora Ellen Gracie para não guardar má imagem.

Na trupe de Brasília veio a Maria Inês Nogueira, num misto de vestido-fantasia salpicado de plumas balouçantes. No tempo do Clóvis Bornay no Hotel Glória, logo se batizaria a indumentária de “Chapadão das glórias na seara da rainha Vitória”, mais ou menos isso. E Maria Inês circulava esvoaçante – nem era com ela.

Ainda do Cerrado, a posudérrima Ana Maria Gontijo, que olha para a turma com um sibemol acima. Mas se o capítulo é a Corte, não tem para ninguém. A mais classuda, a mais impactante na Nuit de Noel era a Lílian Gurgulino. Que mulher interessante! Dentro de um vestido cor-de-cereja, Lílian estava uma uva.

Entre as cariocas, vai ser difícil escolher a mais elegante. Havia muitas. Regina Marcondes Ferraz, que agora é Gama, mas ninguém consegue chamá-la assim, por exemplo, de vermelho, era a própria aparição da santa. Mas uma santa com biografia. Regina nasceu com o talento da classe! Silvinha Fraga, rosto mais leve depois de um lifiting, pôs um longo verde-pinheiro de Natal. Andréa Rudge chegou ao lado do maridão Otávio dentro de um longo de seda cor-de-rosa-meio-acerola de chamar a atenção. Lindíssima, como sempre, e com jóias de corais e diamantes fabulosas.

Rosa Maria Barreto, classudérrima, dentro de um vestido dourado com jóias de águas-marinhas belíssimas. Miriam Gagliardi com seu clássico batom vermelho. Lucília Lopes estava com um vestido interessante: cor-de-carbono. Elizabeth Araújo, primeira-dama do Pró Cardíaco, lindérrima, com sua postura de bailarina clássica e um lindo colar de ouro-velho. Hecilda Fadel dentro de um modelo bordado feito pelas mágicas mãos do Jerson. E a juíza Maria Vitória, ao lado do seu charmoso Henrique Riera? Elegantérrimos!

Os salões estavam decorados à moda Copa: magníficos! Uma famosa socialite, tendo deixado de lado os óculos, confundiu-se e saiu cumprimentando os anjos de gesso em tamanho natural espalhados pelo salão. Pensou tratar-se de seres animados. Kátia Lage, a linda mineira, me olhava com o semblante de “estou te conhecendo, mas não sei de onde”, eu fiz a mesma linha, porque essa é uma linha providencial. O desembargador Luiz Felipe Francisco, mais magro, superem forma, também me apresentou um amigo que diz que me conhece “de nome”. Diante de tamanha popularidade, estou pensando em armar uma banca para vender serpentina no réveillon da Atlântica.

A Nuit era de Noel, aliás, e coitado do Papai Noel! O velho foi esquecido na portaria, onde estava lotado para receber os convidados. Nem um copo d’água levaram para o homem, que suava em bicas. No final da festa, com um cachê de R$ 200 no bolso, ele partiria para Bangu, onde verdadeiramente mora de janeiro a novembro, até chegarem as renas e carregarem-no para os cafundós de todos os natais.

Ângela Fragoso Pires, a organizadora da festa, pegou o microfone, claro, ou não seria a Ângela. Falou. Agradeceu. Leu telegramas enviados por pessoas importantes que “não puderam comparecer”: a vice-primeira-dama dona Maria Gomes da Silva e o futuro governador Sérgio Cabral. Comemorando os 15 anos da Nuit de Noel, 15 joalherias doaram uma jóia cada uma, e os mimos foram sorteados. Se a Ângela cantou, você perguntou? Até a minha saída, o que se deu logo depois da sobremesa, não ouvi um lariri da ex-primeira-dama do Jockey.

Dona Naná Sette Câmara, parceira na organização da festa, pontificava vestindo um autêntico Jerson, em mesa concorrida. O médico Francisco Briggs com sua Gilda, ela dentro de um vestido cor-de-chocolate-ao-leite, com amigos portugueses. Maria Raquel de Carvalho, não preciso dizer e repetir, era o próprio avião-que-não-decolou-no-Galeão-e-foi brilhar-no-Copa. Não há falha em trafego aéreo que consiga apagar o brilho daquele possante turbinado que é a Maria Raquel.

Maria Clara Tapajós disputava o troféu de “vestido mais estampado” com a Odaléa Brando Barbosa. Ambas elegantes, claro. Carmem Mayrink Veiga não foi. Ficou em casa, no que fez muito bem para si, mas muito mal para nós, privando-nos de sua impactante e linda presença.

Daqui a pouco alguém gritou: a governadora está chegando! Era alarme falso. Rosinha deveria àquela hora estar encaixotando seus pertences para despachar rumo a Campos, nos ônibus da 1001. Mirna Bandeira de Mello estava de amarelo-gema. Interessantíssima. Milu Camarão, de vermelho-Noel, ao lado do Armando e do Luiz Fernando Redó. Milu é um espetáculo. Uma simpatia.

Mais presenças: Ângela Alhante, Belita Tamoio, charmosíssima, Marlene Carvalho com a filha Gigi, de “O Dia”, seu colunista Bruno Astuto, Priscila Levinson e Emerson Marieto em uma mesa movimentada, o cônsul argentino Luiz Belando, que ouviu dizer que a franja está na moda e arriscou, Lucy Sá Peixoto com o carnavalesco Mario Borrielo, a médica Odilza Vital, que criou a famosa (nos EUA) pílula do perfume, Julia, uma mulher internacional e linda, com o marido embaixador Mario Gibson Barbosa. A sogra do Kaká, o nosso rei do Milan, estava também. Rosângela Lira é o seu nome. É representante da grife Dior no Brasil. Alberto Sabino, charmosíssimo.

A turma rififi do “society” estava também. É aquela que se esforça, se esforça, mas, qual o que nadou-nadou, morre sempre na praia. Melhor: morre no piscinão de Ramos! Não consegue decolar. Tem dinheiro? Tem, sim, senhor! Tem bolsa de grife? Tem, sim, senhor! Tem apartamento na praia? Tem, sim, senhor! Tem casa na Barra? Tem, sim, senhor! Tem carro blindado-importado? Tem, sim, senhor! Viaja na primeira-classe? Viaja, sim, senhor! Tem charme, tem classe, tem a alma racé? Tem, não, senhor!
Pelo contrário:come até sobremesa com garfo e faca.
Sorry, periferia...

NA FOTO, a linda Andréa Rudge, primeiríssimo time social carioca, uma das mais elegantes da noite...

Um comentário:

  1. Marcio teu blog continua sendo um dos meus favoritos. É inteligente e divertido.

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