sexta-feira, agosto 04, 2006

Texto sem cortes: Narcisa, Bruno, Alice, Marlene e Gigi

O episódio da demissão da famosa socialite (advogada e jornalista) Narcisa Tamborindeguy do jornal "O Dia" fez respingar tintas de discórdia no society. As matriarcas Alice Tamborindeguy e Marlene Carvalho, esta mãe de Gigi, a presidente do jornal, "amigas de uma vida inteira", desde os tempos de Mário Tamborindeguy e de Ary de Carvalho, hoje não se falam.

Dona Alice, queridíssima, achou "falta de consideração" a linda publisher Gigi, amicíssima de Narcisa, demitir a filha e contratar seu (de Narcisa) ex-amigo e ex-assistente Bruno Astuto. Consta que teria havido um telefonema de Narcisa, às sete da manhã, para a casa de Gigi, falando horrores para a ex-amiga. Narcisa se arrependeu, e consta que a filha Mariana (dela com Boninho), quase psiquiatra formada, teria empreendido uma campanha familiar para que a mãe ligasse para a Gigi e pedisse desculpas. Não sei o que aconteceu, pois logo a Narcisa partiu para Ibiza, para a festa de aniversário da Lu Oliveira, mulher do Boni pai, esticando por três semanas em Paris.

Outro dia, no Fashion Rio, dona Alice, eu estava presente, inquiriu a Marlene Carvalho. Marlene disse: “Alice, eu prezo muito sua amizade, nós não vamos brigar por isso. Eu não mando no jornal, quem manda na redação é o Eucimar”.

Bruno é uma criatura muito especial. Inteligentíssimo, foi preceptor das filhas de Narcisa e de quase todos os filhos dos milionários do Rio. Fala não sei quantos idiomas, tem cultura geral impressionante e, até pouco tempo, estudava Direito na Uerj, tendo, na época do vestibular, passado para todas as universidades públicas sediadas no Rio.

A primeira vez que ele apareceu em foto em coluna social foi na minha, na Tribuna da Imprensa. Não época a gente só o chamava de príncipe, por conta de um inventado parentesco com os Bourbon.

A coluna de Narcisa no Jornal O DIA, modéstia à parte, também foi idéia minha. Há muito eu dizia para dona Alice Tamborindeguy: “Dona Alice, a Sra. é amiga da dona Marlene Carvalho. Põe a Narcisa para escrever uma coluna n’O Dia”. Tanto eu dizia, que um dia dona Alice mexeu os pauzinhos e aconteceu.

Confesso que tenho lá minha relação conflituosa com Narcisa. A gente nunca sabe o que a gata está pensando, e aí, de vez em quando, dá um curto circuito, mas logo tudo volta às boas.

Bruno em sua fase colunista ficou besta. Não me telefonou mais na madrugada, como fazia. Acho que baixou nele o espírito da Gloria Maxwell, mas isso são arroubos da juventude. Um dia a gente vê que não é merda nenhuma nessa vida. Um dia, tudo vira bosta, como bem canta a septuagenária Rita Lee.

Agora, mais recentemente, Bruno me ligou, falamos, rimos, como se nada tivesse acontecido, o que de fato não aconteceu. Bruno não esquece que seu primeiro texto em jornal também passou por minhas mãos: foi no jornal “M”, que edito há dez anos e fala sobre o society carioca – um society cada vez mais falido de personagens interessantes, aliás. Bruno fazia uma coluna chamada “Cabeças coroadas”, onde contava sobre a vida das rainhas e princesas mais expressivas da história mundial.

Com a coluna, dei a ele a idéia de fazer uma coleção de livros sobre o tema. Eu editaria, mas ele fechou com outra editora. A idéia não vingou. Acho que porque quebrou a energia pelo fato de ele ter me preterido no final.

Também o projeto gráfico, uma coisa que adoro fazer. Fiquei de desenhar a coleção de livros de Bruno. Um dia ele, deslumbradamente, me ligou dizendo que quem iria fazer o projeto gráfico era a mulher do Jô Soares, a Flávia. Calei.

No lançamento da primeira edição estava lá o meu nome, um agradecimento tímido em meio a milhares de nomes que nem conheço. Não foi praga - sou Cristão. Mas a "coleção" não saiu do primeiro volume.

Torço para que Bruno faça o maior sucesso n'O Dia, onde vai assinar coluna diária. Ele é divertido, conhece muita gente, e isses são os ingredientes principais para uma coluna dita "social" dar certo.

A gente só não deve esquecer das pessoas que nos estenderam a mão, porque aí as coisas podem até dar certo em um primeiro momento, mas logo degringolam.
Torço para que Bruno e Narcisa também voltem às boas.

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